VOCABULÁRIO YORUBÁ:

“A”

A dúpé – agradecemos a você
Ààbò – metade
Ààfin – Palácio, residência de um rei (Oba)
ÀÀJÀ – Sineta de metal composta de uma, duas ou mais campainhas utilizadas por pais-de-santo (vd.) para incentivar o transe. Também chamado Adjarin.
Àáké – machado
Aará – Raio
Aará Òrun – Relâmpago
Ààrè – doença, fadiga, cansaço
Ààyè – vida
Aba – escada de mão
Abadá – Blusão usado pelos homens africanos.
Abadô – Milho torrado
Abánigbèro – conselheiro, aquele que aconselha, um sábio mais velho
Abanijé – difamador
Abassa – Salão onde se realizam as cerimônias públicas do candomblé, barracão.
Abaya – rainha mãe
Abebé – Leque.
Abélà – vela
ABIÃ – Posição inferior da escala hierárquica dos candomblés ocupada pelo candidato antes do seu noviciado; em yorùbá significa “aquele que vai nascer”.
Abomalè – aquele que cultua os ancestrais (egúngún)
Abòrisà – aquele que cultua/adora os orixás
ABORÔ – Denominação genérica dos òrìsà (vd.) masculinos, por oposição as iabás, que são as divindades femininas.
Aboyún – mulher grávida
Abuku – desgraça
Àbúrò – Irmã mais nova
ADAHUN – Tipo de ritmo acelerado e contínuo executado nos atabaques (vd.) e agogós (vd.). É empregado sobretudo nos ritos de possessão como que para invocar os òrìsà (vd.).
Adé – Coroa.
ADE – Termo com que se designam (nos candomblés) em especial os efeminados e, genericamente, os homossexuais masculinos.
Adèbo – pessoa que prepara a comida com os animais oferecidos em sacrifício de acordo com as regras religiosas
Adie – Galinha.
Adití – surdo
ADÓSÙU – Diz-se daquele que teve o osùu (vd.) assentado sobre a cabeça. 0 mesmo que iaô.
ADUFE – Pequeno tambor. Instrumento de percussão de uso mais frequente nos xangôs (vd.) no Nordeste
Adupé = Dupé – Obrigado.
Adúrà – Oração
Afará – oyin – fovo de mel
Aféfé – Vento
Àfin – Palácio
AFIN – 0 mesmo que ifin. Designa a noz-de-cola branca, na língua yorùbá; por extensão a cor branca (vd. efun).
Afóju – Cego
Àfomó – doença infecciosa, trazida pelo Orixá das doenças infecciosas (Babaluaiyé; Xapanã)
Afonjá – É uma qualidade de Xangô.
Àga – Cadeira
Àgàn – mulher estéril
Agbádá – vestes sacerdotais
Àgbàdo – milho, sagrado para o Orixá Èsù (Bará)
Àgbaiyé – o mundo inteiro
Agbára – Poder
Agbèdù – estômago
ÀGBO – Infusão proveniente do maceramento das folhas sagradas as quais se vem juntar o sangue dos animais utilizados no sacrifício e substancias minerais como o sal. Esse Iíquido, acondicionado em grandes vasilhames de barro (porrões), é empregado ao longo do processo de iniciação e para fins medicinais sob a forma de banhos e beberagens.
Agbô – Carneiro.
Àgbon – coco
AGÈ – Instrumento musical constituído por uma cabaça envolta numa malha de fios de contas, de sementes ou búzios (vd.).
Agemo – Camaleão
AGERE – Ritmo dedicado a Òsóòsi executado aos atabaques (vd.).
AGOGO – Instrumento musical composto de uma ou mais campânulas, geralmente de ferro, percutido por uma haste de metal
Àgo Lónan – Com licença
AGONJÚ – Um dos doze nomes de Sòngó (vd.) conhecidos no Brasil
Àgòtàn – Ovelha
Aguntam – Ovelha.
Ahón – Lingua
Áike – machado
Àìsàn – doença
Àiya – Peito
Àiyé – Mundo; Palavra de origem yorùbá que designa o mundo, a terra, o tempo de vida e, mais amplamente, a dimensão cosmológica da existência individualizada por oposição a òrun (vd.), dimensão da existência genérica e mundo habitado pelos òrisà (vd.), povoado, ainda, pelos espíritos dos fiéis e seus ancestrais ilustres.
Ajá – Cão
ÅJÀLÁ – vd. Òòsàálá
AJALAMO – vd. Òòsàálá
Àjapá – Tartaruga
Àjé – Bruxa
Ajeum – Comida.
AJOGÚN – Palavra de origem yorùbá que designa os infortúnios, como a morte, a doença, a dor intolerável e a sujeição
Àkàrà Jé – Acarajé
ÀKÀSA – Bolinhos de massa fina de milho ou farinha de arroz cozidos em ponto de gelatina e envoltos, ainda quentes, em pedacinhos de folha de bananeira. (Acaçá)
AKIDAVIS – Nome dado nos candomblés Kétu e Jeje (vd. Nação) as baquetas feitas de pedaços de galhos de goiabeiras ou araçazeiros, que servem para percutir os atabaques (vd.).
Àkùko – Galo
ÁLÁ – Pano branco usado ritualmente como pálio para dignificar os òrìsà (vd.) primordiais. Geralmente feito de morim
Aláàfin – título tradicional para o rei de Oyó
Alabá – Título do sacerdote supremo no culto aos eguns.
ALABÊ – Título que designa o chefe da orquestra dos atabaques (vd.) encarregado de entoar os cânticos das distintas divindades
Alagba – Senhor
ALAMORERE – vd. Òòsàálá
Alaruê – Briga.
Alàyé – Explicação
Aledá – Porco.
ALÉKESSI – Planta dedicada a Òsóòsi (vd.). Também conhecida como São Gonçalinho – Casaina silvestre, SW. F LACOURTIACEAE
ALIÀSE – vd. runko
Alubaça – Cebola.
Àlubósà – Cebola
AMACIS (ou AMASSIS) – Abluções rituais ou banhos purificatórios feitos com o líquido resultante da maceração de folhas frescas. Entram geralmente em sua composição as folhas votivas do òrìsà do chefe-de-terreiro do iniciando, e as assim chamadas ‘”folhas de nação” (vd.).
ANIL – vd. Wàjì.
ANGOLA – vd. Nação.
ANGOMBAS – vd. Atabaques
Apá – Braço
Apeja – Pescador
Apère – exemplo
Arailé – Parentes
Àríwá – Norte
ARREBATE – Abertura rítmica das cerimonias publicas dos candomblés. 0 modo vibrante de tocar os atabaques (vd.); eqüivale a uma convocação
ÀSE – Termo de múltiplas acepções no universo dos cultos: designa principalmente o poder e a força vital. Além disso, refere-se ao local sagrado da fundação do terreiro, tanto quanto a determinadas porções dos animais sacrificiais, bem como ao lugar de recolhimento dos neófitos (vd. Runko). É usado ainda para designar na sua totalidade a casa-de-santo e a sua linhagem.
ASSENTAMENTO – Objetos ou elementos da natureza (pedra, árvore, etc.) cuja substância e configuração abrigam a força dinâmica de uma divindade. Consagrados, são depositados em recintos apropriados de uma casa-de-santo. A centralidade do conjunto é dada por um òta, pedra-fetiche do òriìsà (vd.)
Àso – Roupa
Ata – Pimenta
ATABAQUES – Trio de instrumentos de percussão semelhantes a tambores que orquestram os ritos de candomblé. Apresentam-se em registro grave, médio e agudo, sendo chamados respectivamente Rum, Rumpi e Lé (ou Runlé). Nos candomblés angola são chamados de Angombas. Sua utilização no âmbito das cerimonias, cabe a especialistas rituais (vd. Alabê e Ogã)
Atégùn – Brisa
Àwa – Nós
Àwó – Cor
Àwo Ewé – Verde
Àwo Ojú Òrun – Azul
Àwo Pako – Marrom
Àwodi – Gavião
Àwon – Eles (as)
Axé – Assim seja
Axó – Roupa.
Axogum – Auxiliar do terreiro, geralmente importante na hierarquia da casa, encarregado de sacrificar os animais que fazem parte das oferendas aos orixás. – Importante especialista ritual encarregado de sacrificar, segundo regras precisas, animais destinados ao consumo votivo
Àya – Esposa
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“B”

Báàlè – chefe de um povoado, com menos status que um Oba
Bàbà – milho da Guiné
Bàbá – Pai.
Bàbá nlá – Vovô
BABAÇUÉS – vd. Candomblés
Babagba – homem velho, geralmente o avô
BÀBÁLÁWO – Sacerdote encarregado dos procedimentos divinatórios mediante o òpèlè de Ifá, ou rosário-de-Ifá
Bàbálórìsà – Pai de Santo
BABALORIXÁ – Sacerdote chefe de uma casa-de-santo. Grau hierárquico mais elevado do corpo sacerdotal, a quem cabe a distribuição de todas as funções especializadas do culto. É o mediador por excelência entre os homens e os òrìsà. 0 equivalente feminino é denominado ialorixá. Na linguagem popular, são consagrados os termos pai e mãe-de-santo. Nos candomblés jeje – doté e vodunô; e nos angola – tata de inkice
BABALOSSAIN – vd. Olossain
Babaojê – Sacerdote do culto dos eguns; Ojé é o nome de todos iniciados no culto aos eguns.
Babassá – Irmão gêmeo.
Báde – caçar em grupo
Bájà – lutar, brigar
Bàlagà – entrar na maturidade
Balê – Casa dos mortos.Balé – Chefe de comunidade.
Balògun – chefe da sociedade dos guerreiros
Balùwè – Banheiro
BANHA-DE-ORI – Espécie de gordura vegetal obtida pelo processamento das amêndoas do fruto de uma árvore africana que é vendida nos mercados brasileiros para uso ritual nas casas-de-santo. Diz-se também “banha-de-Oxalá” e “limo-da-costa”. A mesma denominação é dada a gordura de origem animal extraída do carneiro
BANHOS – vd. Àgbo. vd. Amacis.
BARCO – Termo que designa o grupo dos que se iniciam em conjunto. Suas dimensões são variáveis. Há barcos de mais de vinte neófitos e “barcos-de-um-só”. Através do barco se consegue a primeira hierarquização dos seus membros na carreira iniciática. Como unidade de iniciação gera obrigações e precedências imperativas entre os irmãos-de-barco ou irmãos-de-esteira
Barapetu – grande, uma pessoa de distinção
BARRACÃO – vd. Casa-de-santo.
BATUCAJÉ – Com este termo costumava designar-se a percussão que acompanha as danças nos terreiros; por extensão designa também as danças.
BATUQUES – vd. Batucajé. vd. Candomblés
Béèni – Sim
Beji – Orixá dos gêmeos.
Berè – Perguntar
Bèré – Começar
Bèru – Medo
Bi – Nascer
Biyi – Nasceu aqui, agora.
Bô – Adorar.
BOMBOJIRA – vd. Èsù.
BORÍ – Ritual que, juntamente com a lavagem-de-contas, abre o ciclo iniciático. Fora deste ciclo, rito terapêutico. Em ambos os casos, consiste em “dar de comer e beber a cabeça”
Buburú – Maldoso
Burú – ruim, negativo, destrutivo
Buruku – Mau
BÚZIOS – Tipos de conchas de uso recorrente na vida cerimonial dos candomblés. Especialmente servem às práticas do dilogun – sistema divinatório onde são empregados geralmente dezesseis búzios
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“C”

Cabaça – Fruto do cabaceiro (Cucurbita lagenaria L., ou Lagenaria vulgaris –cucurbitácea, e outras espécies). Sua carcaça é freqüentemente utilizada nos cultos afro-brasileiros como utensílio, instrumento musical” insígnia de òriìsà ou mesmo para representar a união de Obàtálá e Odùduwà (o Céu e a Terra).
CABOCLOS – Espíritos ancestrais cultuados nos candomblés-de-angola, de caboclos e na umbanda. São representados, geralmente, como índios do Brasil ou de terreiros da África mítica.
Cafofo – Túmulo.
Cambaú – Cama.
CAMARINHA – vd. Runko.
CANDOMBLÉS – Designação genérica dos cultos afro-brasileiros. Costumam, no entanto, distinguir-se pelas suas designações regionais: candomblés (leste-setentrional, especialmente Bahia), xangôs (nordeste-oriental, especialmente Pernambuco), tambores (nordeste ocidental, especialmente São Luís do Maranhão), candomblés-de-caboclo (faixa litorânea, da Bahia ao Maranhão), catimbós (Nordeste), batuques ou parás (região meridional, Rio Grande do Sul,,Santa Catarina e Paraná), batuques e babaçuês (região setentrional, Amazonas, Pará e Maranhão), macumba (Rio de Janeiro e São Paulo).
CANDOMBLÉS-DE-CABOCLO – vd. Caboclo. vd. Candomblés
Caô – É um tipo de Xangô.
CASA-DE-SANTO – Designação do espaço circunscrito que constitui a sede de um grupo de culto. Costuma chamar-se também de ilé (kétu), roga e terreiro (angola) e, em alguns casos, barracão. Este ultimo termo serve também para designar o recinto onde ocorrem as festas públicas.
CATIMBO – vd. Candomblés
Catular – Cortar o cabelo com tesoura, preparando para o ritual de raspagem para iniciação no Candomblé.
CAURIS – vd. Búzios.
CAXIXI – Chocalho de cabaça e de vime trançado, contendo sementes ou seixos. Em alguns casos, vasilhames rituais em miniatura.
CESTO-DA-CRlAÇÃO – 0 saco-de-existência (àpò aiyé), que, na cosmologia do povo-de-santo, Olódùmarè deu a Obàtálá para que criasse o mundo a flor das águas primordiais. Foi, no entanto, Odùduwà quem verteu o seu conteúdo sobre a superfície das águas
CONGO – vd. Nação
Conguém – Galinha da Angola.
CONTRA-EGUN – Trança de palha-da-costa que os neófitos trazem amarrada nos dois braços, logo abaixo do ombro, com a finalidade de afastar os espíritos dos mortos
Cutilagem – É o corte que se faz na cabeça do iniciado; é realizado para abrir o canal energético principal que o ser humano tem no corpo, exatamente no topo da cabeça, (no Ori), por onde vibra o axé dos Orixás para o interior de uma pessoa.
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“D”

Dã – Orixá das correntes oriundas do Daomé.
Dáàdáà – bom ou bonito
Dabòbò – proteger, fornecer proteção
Dáda – Beleza
Dàgalágbà – tornar-se um homem adulto
Dàgbá – envelhecer, ficar velho, crescer
Dagô – Dê licença.
Dáhùn – Responder
Dalè – quebrar uma promessa
DAN – Serpente sagrada (Daomé – Benin) representando a eternidade e a mobilidade sob a figura de uma cobra que engole a própria cauda. Genericamente designa os filhos-de-santo da nação jeje; encontrando-se sincretizada com Òsùmàrè e Besen.
DANDALUNDA – vd. Yemoja
Dara – Bom, agradável.
Dára – bom, ser bom
Dáradára – muito bom, tudo certo
Dê – Chegar.
Délade – coroar um rei
Dele – chegar em casa
DENDÊ – Palmeira africana aclimatada no Brasil (Elaeis guineensis; Jacq.) de ampla utilização na liturgia dos candomblés. 0 óleo obtido dos seus frutos (azeite-de-dendê) é considerado indispensável para a elaboração de grande parte das comidas-de-santo. Suas folhas servem para guarnecer entradas e saídas das casas-de-santo (vd. màrìwò)
Dídá – ara – boa saúde
Dide – Levantar.
Dígí – espelho
DIJINA – Nome iniciático dos filhos-de-santo dos candomblés de nação angola
DILOGUN (Érìn dínlógun) – Nome dado à adivinhação com búzios que podem ser de 4 a 36 (mais comumente 16). Nesse jogo de Ifá as respostas ao oráculo são dadas por Èsù
Dín – Fritar
DÓBÁLÈ – Cumprimento prescrito aos iniciados de òrìsà femininos diante dos lugares consagrados ao culto, pai ou mãe-de-santo, òrìsà e graus hierárquicos elevados. 0 termo iká designa o seu correspondente para o caso de filhos-de-santo de brisa masculinos
Dùbúlè – deitar
Dudu – Preto.
Dúpé – Agradecer
Dúro – De pé

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