Atavismo
Com relação aos seres humanos, atavismo pode ser definido como o aparecimento de características próprias de um ou mais ancestrais distantes. O termo se aplica, quase sempre, ao surgimento de algum fenômeno doentio, mórbido ou assustador.
Num sentido mais amplo, a palavra atavismo é usada pelos ocultistas para designar o aparecimento de caracteres vindos de muito longe e que constituem reencarnações ou corporificações recentes de consciências pre humanas; ou então de fatos, cuja origem remonta a um passado em que as criaturas eram metade humanas a metade animais. Atavismos deste tipo são bastante raros e quase nunca aparecem espontaneamente.
Em Bruxaria e Magia na África, Frederick Kaigh descreve o ritual praticado pelo curandeiro de uma tribo africana. "De inicio, o próprio feiticeiro dançava freneticamente ao som dos tambores, emitindo gritos estridentes como se fosse um chacal no cio. Quando a dança atingia o climax, ele caía inerte ao chão. Em seguida, um casal de jovens começava uma relação sexual no chão de terra batida, bem em frente aos músicos e demais assistentes. Depois de muitos giros e rodopios, acompanhados pelos gritos dos dois jovens, notava se uma súbita transformação no casal: seus corpos ficavam semelhantes aos dos chacais. O cerimonial terminava com os dançarinos realizando seguidamente o ato sexual, numa atividade que ultrapassava a capacidade de qualquer ser humano."
Segundo Kaigh, essa demonstração de atavismo é resultado de um êxtase espiritual combinado com os poderes mágicos do feiticeiro, que influenciava os jovens.
Isto é, o curandeiro seria a aparente corporificação humana da alma de um animal (no caso, o chacal). Sua encarnação temporária nos corpos dos dançarinos funcionaria como um sinal de que todos os assistentes do ritual deveriam se reunir à orgia tribal.
Esses processos de transformação talvez fossem conhecidos no Egito antigo pelos sacerdotes. A identificação que eles faziam de sua pessoa com poderes representados por animais poderia indicar o conhecimento de energias atávicas esquecidas no subconsciente humano, uma espécie de herança dos antepassados pre humanos.
Um exemplo recente é contado pelo jornalista norte americano William Seabrook. Colecionador de experiências ocultistas, ele começou a pesquisar, com um amigo, o I Ching (ou Livro das Mutações), o antigo sistema chinês de magia. O livro é composto, dentre outras coisas, por 64 hexagramas (reunião de seis letras ou caracteres). Quando um desses hexagramas é visualizado sobre a superfície imaginária de uma porta por uma pessoa suficientemente forte para "abrir" essa porta, esse experimentador conseguirá ser admitido como parte do mundo astral representado pelo hexagrama.
Seabrook e o amigo tentaram o experimento várias vezes, mas nunca conseguiram "abrir" a porta. Até que um dia uma moça resolveu tentar. Ajoelhou se, largando todo o peso do corpo nos calcanhares, a selecionou o hexagrama chamado Ko, que significa mudança, transformação. Fechou os olhos e, mentalmente, imprimiu o hexagrama na "porta", também imaginária. Por algum tempo, nada aconteceu. De repente, ela viu a "porta" se abrindo e começou, então, a descrever o que estava acontecendo: acabava de entrar numa região de gelo e tempestade de neve, completamente deserta.
Mas o que poderia ter começado como uma simples brincadeira começava a se tornar perigoso. A moça estava se transformando aos olhos de Seabrook e seu amigo: os lábios espumavam, a fala era rápida e às vezes entrecortada. No entanto, o mais assustador eram os uivos que ela começava a emitir. Parecia um verdadeiro lobo.
Tentaram de tudo para fazê la voltar a si: sacudiram, chamaram pelo nome, bateram-lhe no rosto. A moça só não agrediu os dois porque, depois de tanto tempo na mesma posição, tinha ficado com as pernas dormentes. Depois de muito esforço, ela se acalmou e perdeu toda a semelhança com o lobo.
Só então Seabrook ficou sabendo que, na infância, essa moça tinha visto alguns lobos nas estepes russas, sentindo vontade de correr com eles. Esse desejo foi realizado, anos depois, durante a experiência do 1 Ching.
No inicio deste século, o artista inglês Austin Osman Spare reuniu se a um grupo de ocultistas que pretendia o renascimento das "formas divinas", de acordo com a magia egípcia: o feiticeiro tenta unir sua consciência à de um deus imaginado sob forma animal.
A fórmula de ressurgimento atávico de Spare era baseada no uso de pinturas simbólicas que davam forma visível aos desejos atávicos. Dizia ele que bastava visualizar uma figura dessas para aparecer o impulso. Para provar o que contava, ele cita o exemplo de um dia em que precisava remover uma carga de madeira e não tinha ninguém para ajudá lo. Fechou os olhos e visualizou uma pintura que representava o desejo de possuir a força do tigre.
Quase imediatamente, sentiu a resposta interior: uma grande energia espalhava se por todo o seu corpo. Permaneceu onde estava e dirigiu a força para o objeto em questão. Nessa hora, sentiu se capaz de carregar a madeira.
Numa outra ocasião, um casal pediu a Spare que desse forma visível a um espírito atávico. Ele relutou, descrevendo os perigos do experimento, mas acabou concordando. Novamente usou a fórmula da pintura, fechou os olhos e esperou.
Pouco depois, uma substância cinzenta invadiu a sala, fazendo os objetos desaparecer. Parecia uma massa de vapor que se cristalizava aos poucos, até adquirir forma definida.
Assustados, o casal pediu a Spere que acabasse com aquilo. Ainda tiveram tempo de ver um rosto enorme espiando através da fumaça, com olhos que mais pareciam tanques de óleo, negros a ferventes.
Spare morreu em 1956, pobre e totalmente desconhecido, deixando como herança relatos incríveis e assustadores e uma grande indagação: teriam sido verdade?
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AXÉ!
CLAUDIA BAIBICH
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Um comentário:
Interessante. E obrigado pelo esclarecimento. Estranhamente esta palavra me veio os labios hoje, enquanto tomava banho, rsrs, e ficava martelando e martelando, quando me dei conta que isso estava acontecendo não pude verificar de onde eu tirei ou ouvi tal palavra. Vim pra internet procurar e só achei a respeito da biologia, genética etc. Encontrei este artigo porque resolvi procurar por imagens e achei interessante essas que ilustram a pagina, entrei e me surpreendi!
Graças!
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